Em cenário de juros altos, gestora destaca que a busca por rentabilidade e a sofisticação do investidor impulsionam a classe de ativos, com Fiagros e FI-Infras liderando a captação e a performance.
O mercado de crédito privado brasileiro vive um momento de protagonismo absoluto, com captação e performance que superam até as projeções mais otimistas do início do ano. Em uma análise recente, a XP Asset, uma das maiores gestoras do país, destacou que a classe de ativos “disparou”, impulsionada por um cenário macroeconômico favorável e pelo amadurecimento do investidor. O grande destaque, segundo a avaliação, são os fundos incentivados, como Fiagros e FI-Infras, que se tornaram os veículos preferidos para quem busca aliar alta rentabilidade à eficiência fiscal.
A avaliação da gestora reforça a tese de que o crescimento do crédito privado não é um fenômeno passageiro, mas uma mudança estrutural na forma como a economia brasileira é financiada, com o mercado de capitais assumindo um papel cada vez mais central.
A Combinação Perfeita: Juros Altos e “Desbancarização”
O sucesso do crédito privado é sustentado por dois pilares principais. O primeiro é o patamar elevado da taxa Selic. Com o CDI rendendo em níveis atrativos, os ativos de crédito privado, que geralmente pagam um prêmio (spread) sobre esse indicador, se tornam extremamente competitivos.
O segundo pilar é a “desbancarização” do crédito. Empresas de todos os portes estão descobrindo no mercado de capitais — via emissão de debêntures, CRIs, CRAs e cessão de recebíveis para FIDCs — uma alternativa mais ágil e eficiente ao financiamento bancário tradicional. Essa demanda aquecida por recursos encontra um apetite crescente por parte dos investidores.
As Estrelas do Portfólio: O Poder da Isenção Fiscal
Dentro do universo do crédito privado, a XP Asset aponta um destaque claro: os fundos com isenção de imposto de renda para pessoa física. Veículos como os Fiagros (que financiam o agronegócio) e os FI-Infras (focados em projetos de infraestrutura) se tornaram as “estrelas do portfólio”.
“A avaliação da XP Asset confirma o que o mercado já sentia: o crédito privado se tornou o protagonista da renda fixa no Brasil”, analisa nosso especialista do FIDCnews. “O investidor descobriu que pode obter retornos líquidos muito superiores aos de produtos tradicionais. A combinação de um CDI alto, mais um spread de crédito e a isenção de IR é simplesmente imbatível no cenário atual.”
Oportunidades e a Visão para o Futuro do FIDC
Para o universo dos FIDCs, este movimento é espetacular. Embora nem todos os FIDCs possuam isenção fiscal, o crescimento exponencial de veículos como os Fiagros (que em muitos casos são estruturados como FIDCs) joga luz sobre toda a indústria de crédito estruturado. O fluxo de capital que chega para a classe de ativos aumenta a liquidez e permite o financiamento de uma gama cada vez maior de setores da economia real.
A visão da XP Asset é de que, mesmo com um futuro ciclo de queda da Selic, o crédito privado manterá sua relevância. Os spreads de crédito tendem a se tornar ainda mais importantes na composição do retorno, e o investidor que se acostumou com a rentabilidade e a diversificação oferecidas por esses produtos dificilmente abandonará a classe.
Em conclusão, a análise valida o momento de ouro do setor. A sofisticação do mercado, aliada a um arcabouço regulatório mais moderno e a um cenário de juros favorável, consolidou o crédito privado como um pilar indispensável na carteira de investimentos do brasileiro e na engrenagem de financiamento da economia nacional.
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