Conquista diplomática e sanitária põe fim a restrições e representa um impulso bilionário para a avicultura nacional, fortalecendo toda a cadeia produtiva e a qualidade dos ativos de crédito do setor.
A avicultura brasileira obteve uma vitória comercial de peso nesta segunda-feira (22). A União Europeia (UE), um dos mercados mais exigentes e importantes do mundo, anunciou a reabertura para a carne de frango e de peru de diversas regiões do Brasil que estavam sob restrição. A medida, celebrada pelo Ministério da Agricultura e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), põe fim a um período de incerteza e representa um atestado de confiança no sistema de controle sanitário do país.
Para a economia, a decisão significa a retomada de um fluxo de exportação que pode gerar centenas de milhões de dólares. Para o mercado de crédito privado, a notícia se traduz em um fortalecimento direto da saúde financeira das empresas do setor, melhorando o perfil de risco dos ativos que lastreiam os Fiagros da cadeia de proteína animal.
O Fim do Embargo: Um Selo de Qualidade
As restrições haviam sido impostas pela UE devido a preocupações sanitárias anteriores. A suspensão do embargo é o resultado de um intenso trabalho técnico e diplomático do governo brasileiro para demonstrar a robustez de seus programas de vigilância e controle, especialmente contra a influenza aviária.
Conseguir o aval do bloco europeu, conhecido por seus rigorosos padrões de segurança alimentar, funciona como um “selo de qualidade” que pode facilitar o acesso e a negociação com outros mercados igualmente exigentes ao redor do globo.
O Impacto Econômico e o Fortalecimento da Cadeia
A União Europeia é historicamente um dos principais destinos dos produtos avícolas brasileiros. A reabertura permite que dezenas de frigoríficos retomem suas exportações, gerando um impacto positivo em cascata. O benefício não se limita às grandes empresas exportadoras; ele se estende por toda a cadeia produtiva, incluindo:
- Produtores Integrados: Milhares de famílias de pequenos e médios avicultores que fornecem as aves para os frigoríficos terão sua demanda e renda fortalecidas.
- Fábricas de Ração: A produção de aves consome grande volume de milho e soja, aquecendo o mercado de grãos.
- Logística e Serviços: Toda a rede de transporte, armazenamento e serviços associados à exportação é reativada.
“A reabertura da UE é um divisor de águas para a avicultura em 2025”, analisa nosso especialista do FIDCnews. “Para o mercado de crédito, significa um ‘upgrade’ no perfil de risco do setor. Os frigoríficos terão um fluxo de caixa mais robusto e diversificado, o que se traduz em recebíveis de melhor qualidade para os Fiagros.”
Implicações para o Investidor de Fiagro
A cadeia de aves e suínos é uma das principais originadoras de direitos creditórios que lastreiam os Fiagros. A saúde financeira dos frigoríficos é, portanto, a variável-chave para a segurança desses investimentos.
Com a retomada de um mercado de alto valor agregado como o europeu, a receita das empresas se torna mais previsível e resiliente. Isso diminui o risco de inadimplência dos recebíveis (como duplicatas e notas fiscais) que compõem a carteira dos fundos, tornando os Fiagros atrelados a este setor ainda mais atrativos.
“É o tipo de evento que justifica um otimismo renovado com os ativos da cadeia de proteína animal”, conclui nosso analista. “Ele mostra que, apesar dos desafios, a competência sanitária e a capacidade produtiva do Brasil continuam a ser diferenciais competitivos poderosos no cenário mundial.”
Fontes de Pesquisa:













